7 de mai. de 2009

Do Amor...


Ele me pegou num dia em que eu queria qualquer um que fosse bonitinho e meio inteligente. Não foi antes. Não foi na festa de despedida, não! Lá, eu nem me apaixonei. Senti o gosto e aprovei, só. Mas foi naquele dia, que aconteceu.


Eu andava muito mais sozinha do que meu normal. É óbvio que tinha montes, pencas, manadas de "amigos", mas eles não serviam pra preencher um espaço mínimo de vazio em mim, apenas me faziam rir e beber (muito).


Eu achava que sabia do amor e do amar, mas naquela época não entendia nem o Amor que sinto pelo meu pai, minha mãe, meu irmão e minha vó (todos diferentes entre si). Achava que já tinha amado um "homem" e que não saberia amar duas vezes (mesmo porque nunca acreditei que é possível amar - de verdade - mais que uma vez na vida).


Não estou desmerecendo as paixões que tive antes do amor em minha vida, apenas estou situando as coisas em seu devido lugar.

Como saber se agora não é mais uma paixonite (mais severa que as anteriores)?

Sabendo. Sinto aqui dentro de mim, espalhado por todo meu corpo uma alegria doida de saber que somos nós. Não quero mais ninguém, só ele. Quero esse sentimento nosso, quero essa felicidade nossa, quero essa Renata que só voltou a existir porque ele passou a existir.


É difícil entender sentimentos. Na verdade, é impossível entender sentimentos, por isso são sentidos, não pensados.


Foi naquele dia fraco pra mim que encontrei o Amor.

Não quero narrar nada do que aconteceu naquele dia... Não dá pra descrever, mas soube naquele mesmo dia que iria amá-lo até hoje.


O cheiro dele, o olhar, a boca, o hálito, os cabelos, as mãos, os pelos, a voz, o jeito, as falas, os pensamentos, a forma como ele respira, a forma como ele fala, a criatividade, o sorriso (lindo demais!), o movimento que os lábios dele fazem para me chamar, o silêncio dele, a risada, o choro, o carinho, o sussurro, o consolo que ele me dá, a força, a vitalidade, o todo.


Amo e descobri que amo sentindo.

Pela primeira vez na minha vida, senti que amo e não me questionei. Não pensei: será que amo? Isso é Amor?

Apenas abri minha boca inconscientemente num dia gostoso e falei que o amava e ele retribui com a mesma emoção, com o mesmo batimento cardíaco, com a mesma força.


Hoje faz dois anos e um mês que ele aceitou estar socialmente comigo, namorando.

Faz dois anos e uns dois meses e pouco que tive certeza que a partir daquele dia besta iria conhecer o Amor.

Faz dois e uns dois meses que ele alegra meus dias (às vezes entristece, às vezes enlouquece, às vezes ...) e me dá a possibilidade de compartilhar da vida dele.


Já o Amor que tenho pela minha família fica pra outro post.


Degustem:

Crônica de Amor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.


O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam.


Então?


Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário.


Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a maior vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte para mim. Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes os irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém... Com um currículo desse,criatura, por que diabo está sem um amor?


Ah, o amor,essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!


Roberto Freire

5 comentários:

Tatiana Pinheiro disse...

Acho que nunca vamos entender o amor. Melhor viver né?

É acho que somos bem amigos, dentro do nosso possível. Temos muito em comum, inclusive o fato de sermos extremamente confusos e tratantes com a vida e com as pessoas que nos rodeiam e que adoramos. Somos os sumidos. Saulo é um vagabundo iluminado. Inteligentíssimo e dócil. Gostaria de ter mais contato com ele também!

=*

Anônimo disse...

Linda essa crônica, heim?!
Gostei muito!

Gostei mto do que vc falou tb! Eu amo meu namorado desse mesmo jeito! :D

Boa sorte!

Anônimo disse...

Meeeeuuuu, lindo!

:**


Ass. Joice

.mila alves. disse...

Aaah o amor ... Aaah Roberto Freire ... Aaah esse sentimento, sentido, sentindo no mais belo piscar de olhos.

Eu amo também. rs

Anônimo disse...

É o Amoooooooor! hehehe